O Que É Ressonância Schumann E Como Nos Afeta?

 “Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia”


já diria Shakespeare.

O fato é que relacionar Ressonância Schumann a aceleração do tempo ou a efeitos em nossa saúde é um assunto controverso.

Mas, se você está se perguntando, afinal…


O que é a Ressonância Schumann?

O físico alemão Winfried Otto Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo.

Segundo a NASA, “a cada momento, cerca de 2.000 tempestades rolam sobre a Terra, produzindo cerca de 50 relâmpagos a cada segundo. Cada explosão de relâmpago cria ondas eletromagnéticas que começam a circular ao redor da Terra capturadas entre a superfície da Terra e um limite a cerca de 60 milhas acima.

Algumas das ondas – se tiverem o comprimento de onda certo – combinam-se, aumentando em força, para criar um batimento cardíaco atmosférico repetitivo conhecido como ressonância Schumann. Essa ressonância fornece uma ferramenta útil para analisar o clima da Terra, seu ambiente elétrico e até mesmo ajudar a determinar quais tipos de átomos e moléculas existem na atmosfera da Terra.

Embora tenham sido previstas em 1952, as ressonâncias de Schumann foram medidas pela primeira vez de forma confiável no início dos anos 1960. Desde então, os cientistas descobriram que variações nas ressonâncias correspondem a mudanças nas estações, atividade solar, atividade no ambiente magnético da Terra, em aerossóis de água na atmosfera e outros fenômenos ligados à Terra.”

Na época que o físico W.O. Schumann publicou os resultados de sua pesquisa sobre essas ressonâncias na revista  Technische Physik, um Dr. Ankermüller, um médico, imediatamente fez a conexão entre as ressonâncias de Schumann e o ritmo alfa das ondas cerebrais. Ele achou a ideia da Terra ter a mesma ressonância natural que o cérebro muito excitante e contatou o professor Schumann, que por sua vez pediu a um candidato a doutorado que investigasse esse fenômeno.

Esse candidato ao doutorado foi Herbert König, que se tornou o sucessor de Schumann na Universidade de Munique. König demonstrou uma correlação entre ressonâncias de Schumann e ritmos cerebrais. Ele comparou gravações de EEG humano com os campos eletromagnéticos naturais do ambiente (1979) e descobriu que as primeiras cinco ressonâncias de Schumann, 0-35 Hz, estavam dentro da mesma faixa de frequência que as ondas cerebrais em um EEG humano e o sinal de 7,8 Hz estar muito próximo da frequência do ritmo alfa do cérebro.


Quem concorda

Reproduzo as palavras de Leonardo Boff:

Empiricamente fez-se a constatação que não podemos ser saudáveis fora desta frequência biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um “simulador Schumann” recuperavam o equilíbrio e a saúde.

Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa frequência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80 e de forma mais acentuada a partir dos anos 90 a frequência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo.

O coração da Terra disparou. Coincidentemente desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido a aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas.

Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real neste transtorno da ressonância Schumann.


A visão científica

O lado de quem ainda discorda

No artigo Considerações sobre a Ressonância “Schumann” de 2004 para o Jornal Alavanca,  Alexandre Fontes da Fonseca destaca:

Experimentos mostraram que a frequência fundamental da RS é aproximadamente igual a 7.8Hz, e as frequências harmônicas superiores são 14, 20, 26, 33, 39, 45 e 51Hz.

O artigo Schumann Resonances, a plausible biophysical mechanism for the human health effects of Solar/Geomagnetic apresenta um estudo interessante onde se propõe que a radiação eletromagnética devido à RS seja um mecanismo biofísico plausível (destacamos essa palavra) que resolveria o problema da correlação entre a atividade Solar e Geomagnética (distúrbios magnéticos de origem solar ou terrestre que afetam o campo magnético da Terra) com efeitos na saúde de algumas pessoas.

A proposta é de que a radiação eletromagnética de Schumann interagiria com o cérebro determinando ou coordenando os pulsos elétricos que controlam os níveis de serotonina e melatonina no organismo, duas substâncias reguladoras do ciclo diurno e noturno do ser humano com consequências em diversas funções vitais como a pressão sanguínea, respiração, sistema imunológico e os processos cardíacos e neurológicos, entre outros.

O que reforçaria a hipótese da interação entre o cérebro e a radiação eletromagnética na frequência da RS é o fato de que as ondas nervosas vibram em faixas de frequências semelhantes às da RS. A existência de dados que correlacionam as atividades solares e geomagnéticas a determinados distúrbios da saúde reforça a possível (ou plausível) ideia de interação entre a radiação na frequência da RS com o cérebro.

Destacamos a palavra plausível nos parágrafos anteriores para mostrar que essas ideias ainda são hipóteses não comprovadas cientificamente. Elas são interessantes e merecem a atenção dos cientistas. Mas não se pode dizer, ainda, que existe comprovação científica de que a RS influencia o equilíbrio da saúde do ser humano através da interação com as ondas cerebrais.

Alexandre, conclui seu artigo dizendo:

Com certeza, é bem plausível que o fenômeno da RS influencie a saúde do ser humano conforme a proposta apresentada no artigo de referência . Isso reforça a importância nos cuidados com o meio-ambiente já que as frequências de Schumann são sensíveis às suas condições.


Estudos que comprovam a influência da Ressonância Schumann na saúde humana

Em um estudo de 1998 intitulado “Campos magnéticos de baixa frequência naturais e artificiais como um perigo potencial para a saúde” 1 a comunidade científica internacional reconhece que a exposição a campos eletromagnéticos de baixa frequência e baixa intensidade pode produzir efeitos biológicos sim. Assim lemos em seu resumo:

A saúde humana é afetada por campos magnéticos ambientais de baixa frequência e baixa intensidade? Há muitas evidências inflexíveis de que sim. Por esta razão, campos magnéticos ULF (0–10 Hz) irregulares e espectralmente complexos foram recentemente investigados, típicos de perturbações geomagnéticas naturais ou transporte elétrico. Trabalhos recentes mostram que esses campos afetam o sistema nervoso e podem até causar ataques cardíacos.

Em outro estudo mais recente, feito no Japão em 2005 2 concluiu que:

“Se nosso cérebro for sensível o suficiente para discernir esses sinais naturais ou campos eletromagnéticos de 8Hz gerados artificialmente do ruído de fundo, a reatividade da pressão sanguínea (PA) à ressonância de Schumann seria um bom indicador de saúde.”


Possíveis Efeitos Nocivos

Alguns efeitos nocivos associados a mudanças na atividade geomagnética solar (e consequentemente à Ressonância Schumann):

Pressão arterial alterada.

Problemas reprodutivos, do sistema imunológico, cardíacos e neurológicos.

Transtornos mentais, depressão e suicídio.

Aumento das internações hospitalares, acidentes e morte súbita, além de inúmeras outras condições relacionadas ao estresse.

Em artigo para o Heart Math Institute, Annette Deyhle escreve que “Os campos eletromagnéticos gerados por sistemas de fornecimento de energia, telecomunicações, eletrodomésticos, computadores e outras tecnologias produzidas por humanos são extremamente poderosos e, em alguns casos, têm sido associados ao aumento da incidência de câncer, doenças cardíacas, depressão e outras doenças.

A exposição a campos eletromagnéticos fortes em áreas residenciais e em certas ocupações foi documentada como aumentando significativamente a incidência ou risco das doenças listadas. Determinados grupos de pessoas, como idosos, crianças, mulheres grávidas e os fracos, são considerados mais sensíveis ou suscetíveis aos efeitos adversos desses campos do que o resto da população. (Como costuma acontecer com a pesquisa, há opiniões opostas sobre a existência ou extensão de tais efeitos adversos.)

Assim, vemos que as ressonâncias de Schumann, a atividade geomagnética e solar influenciam a saúde e o comportamento humanos. É emocionante ver que o estudo das ressonâncias de Schumann aponta para a interconexão de todos (nós, nosso planeta Terra, o sol e provavelmente muitos outros fatores planetários dos quais ainda não temos conhecimento).

Portanto, em resumo, os pesquisadores encontraram evidências indicando que a saúde e o comportamento humanos parecem ser afetados por mudanças nas ressonâncias de Schumann. Além disso, muitos cientistas acreditam que essas ressonâncias podem ser importantes nos ciclos biológicos humanos.

Além de explorar se o humor e a saúde são afetados pelas ressonâncias de Schumann, os pesquisadores também estudaram se há uma ligação entre eventos históricos, como guerras e agitação social, com o ciclo solar e as mudanças resultantes na atividade ionosférica.” 


Como ajustar as frequências

Ainda no mesmo artigo da Heart Math, Anette explica que “nosso cérebro possui  Zeitgeber, uma palavra alemã que se traduz literalmente como  doadores de tempo e se refere a agentes externos ou eventos que fornecem sinais – neste caso, as ressonâncias de Schumann. Esses sinais externos ajudam o sistema biológico humano a se sincronizar com os ciclos rítmicos diários da Terra.

Pesquisas na última década  mostram que alterações significativas na atividade solar e geomagnética causadas por coisas como tempestades geomagnéticas podem precipitar mudanças significativas na intensidade e estabilidade de um sinal de ressonância de Schumann. Isso pode levar um sinal de ressonância de Schumann para fora de sua faixa normal e induzir alterações na sincronização do cérebro e do coração e mudanças no nível de melatonina do cérebro.

Enquanto o HeartMathInstitute enfatiza a sua prática de coerência cardíaca para ajustar nossas frequências, encontrei alguns sites oferecendo algum tipo de terapia sonora ou mesmo luminosa (uma espécie de máquina de meditar) para induzir as ondas cerebrais a atingir certas frequências. 

Alguns acreditam que a ampla gama de frequências eletromagnéticas artificiais a que estamos cercados por todos os dias (incluindo eletrodomésticos, wi-fi e telefones celulares), mascararia a frequência natural benéfica da Terra.

Isso poderia nos levar a sentirmo-nos mais estressados, cansados e fora de equilíbrio. Assim, seria preciso um ‘ajuste’ na frequência correta para voltarmos a um estado de ressonância ou sintonia com a frequência adequada para experimentar benefícios tais como: melhora na leitura e aprendizagem, rejuvenescimento, o equilíbrio e tolerância ao estresse.

Existe vários métodos para experimentar a Ressonância Schumann, ou a re-sintonização com ela:

Um dos melhores métodos é a utilização de estimulação auditiva que ajuda vibrações do cérebro a ficar alinhadas com os 7,83 Hz.

A principal função do áudio é ajudar a ajustar os ritmos das ondas cerebrais da pessoa a frequências específicas.

Durante este processo, o cérebro produz tipos mais desejáveis ​​de neuroquímicos e menos dos indesejáveis. Em outras palavras, você vai se sentir melhor com mais frequência.



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